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Relações abusivas: sinais e alertas

O abuso não é só físico. Ele pode ser emocional, psicológico, financeiro, digital e sexual. O padrão central é controle. Se você se percebe encolhendo para caber, há sinais a observar e passos seguros a dar.

O que é abuso?

Toda dinâmica em que alguém usa poder e controle para te isolar, silenciar, depreciar ou te fazer duvidar de si. Muitas vezes começa sutil, com “cuidado” excessivo, e evolui para coerção.

Sinais de perigo real

Psicológico & emocional

  • Você pisa em ovos e está presente aquele medo constante da reação do outro.
  • Gaslighting: ele(a) nega fatos óbvios, te faz duvidar da própria memória/percepção.
  • Desqualificação: críticas à sua inteligência, corpo, trabalho, amigos/família.

Controle & isolamento

  • Quer saber onde você está o tempo todo; monitora celular, e-mails, redes.
  • Ciúme como prova de amor → vira regra/ameaça/culpa.
  • “Eu sou tudo que você tem” → afasta sua rede de apoio.

Financeiro

  • Controla dinheiro, cartões, senhas; proíbe trabalho/estudo; faz dívidas em seu nome.

Digital

  • Exige senhas, rastreia localização, posta/ameaça expor conteúdo íntimo.

Sexual

  • Pressiona por práticas/ritmos que você não quer; consentimento é sempre necessário.

Ciclo típico

  • Love bombing (intensidade/idealização) → desvalorização (críticas, humilhações) → tensão → estouro → lua de mel/pedido de desculpas → repete.

Regra prática: se você precisa reduzir quem é para “ter paz”, algo não está saudável.

Isso é sério!

Ansiedade, hipervigilância, culpa, vergonha, queda de autoestima, insônia, dificuldade de decidir, isolamento e sintomas físicos (dores, exaustão). São respostas ao trauma, não fraqueza.

O que fazer?

  1. Nomeie o que acontece: escrever ajuda a sair da confusão (datas, frases, episódios).
  2. Recupere sua rede de apoio: 1 pessoa confiável (amiga, parente, terapeuta).
  3. Higiene digital: e-mail alternativo, verificação em duas etapas, preservar evidências (prints, áudios).
  4. Plano de saída (se necessário): documentos, reservas financeiras, local seguro.
  5. Procure ajuda profissional (terapia, serviços especializados).
  6. Emergência = prioridade: se houver risco imediato, saia deste post e ligue para a emergência.

Onde buscar ajuda 

  • Emergência (Brasil): Polícia 190. 
  • Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 (Brasil): orientação, encaminhamentos e denúncias. 

Se algo neste texto te acendeu um alerta: você não está sozinha. Muitas pessoas já estiveram e/ou estão nessa situação. Não tenha medo e nem vergonha de pedir ajuda! É preciso apoio para sair dessa! Quando você se cuida e se liberta volta para si e a vida começa a caber de novo.