Quando me perguntam “faço psicoterapia ou contoterapia?”, respondo: depende do seu objetivo agora e do quanto você precisa de profundidade clínica ou de movimento prático em grupo.
Psicoterapia é cuidado clínico individual (ou de casal/família): há hipóteses, diagnóstico quando necessário e um plano terapêutico sustentado ao longo do tempo. É o espaço para mergulhar na sua história, reconhecer padrões, trabalhar traumas, sintomas, crenças e construir mudanças estruturais com continuidade.
Já a contoterapia é uma vivência grupal fundamentada em contos e mitos: a história entra como disparo simbólico que fala diretamente ao corpo e à emoção, abrindo portas para nomear movimentos internos e treinar escolhas no cotidiano por meio de exercícios, rituais leves, escrita e microcompromissos.
ONa psicoterapia, você encontra um enquadre clínico com contrato terapêutico e ferramentas de acordo com a base do profissional (cognitivo-comportamental, psicodinâmica, humanista, etc.). Na contoterapia, os encontros são temáticos: narramos o conto, destacamos chaves de leitura, aprofundamos com perguntas e conduzimos práticas simples, sempre com partilha opcional e foco em aplicação imediata.
Em ambas, o alicerce é o mesmo: sigilo, respeito e ética.
Na contoterapia adicionamos acordos explícitos, tempo de fala, não interrupção, nada de “consertar” a fala da outra e a liberdade plena de não partilhar se você não quiser.
A psicoterapia oferece o mergulho continuado que muitas vezes precisamos para reorganizar a vida de dentro para fora, no ritmo que a sua história pede. A contoterapia trabalha recortes (limites, ciclos, autossabotagem, voz própria), criando um ambiente de pertencimento que acelera a consciência e a prática: você sai do encontro com linguagem para nomear o que sente e passos concretos para testar na semana. Não é “ou”, muitas vezes é “e”. O grupo dá tração e coragem.
Contoterapia não é “contar histórias por contar”: é trabalho intencional com símbolo, corpo e linguagem, conduzido com método.
Então, quando escolher cada uma?
Se você vive sofrimento intenso, ansiedade ou depressão que já afetam seu funcionamento, se traumas estão emergindo ou se há decisões complexas que exigem elaboração profunda, a psicoterapia é o caminho prioritário. Se você busca estrutura leve e prática para fortalecer limites, criar rituais de cuidado, reorganizar a agenda e experimentar novas narrativas com o apoio do grupo, a contoterapia é uma excelente porta de entrada (ou de reforço) — especialmente para mulheres que dizem muitos “sins” e se sentem drenadas. E, quando deseja ritmo de transformação com segurança, combine: grupo para gerar movimento + processo individual para sustentar e integrar.
Quer ver isso na prática?
Participe do próximo Encontro do Conto – “Pele de Foca, Pele da Alma” e, se fizer sentido, alinhamos como integrar a experiência com o seu processo individual. Sua jornada merece as ferramentas certas, no tempo certo e o seu não dito com amor pode ser o primeiro passo para ter mais energia, presença e saúde mental.